O hub em uma companhia aérea é muito importante para sua sobrevivência. É com ele que as companhias aéreas comerciais conseguem criar uma malha aérea que seja eficiente para operação do dia a dia.

Neste artigo vamos entender como funciona um HUB em uma companhia aérea.

O QUE É UM HUB EM UMA COMPANHIA AÉREA ?

Um hub de companhia aérea é um ponto chave para entender a logística das grandes companhias aéreas comerciais. Ele é um aeroporto central onde os voos se encontram e se separam, contribuindo para o fluxo de passageiros e para ligação entre vários outros destinos disponibilizados pela companhia.

DEFINIÇÃO DE HUB

Um hub em uma companhia aérea é um aeroporto central que serve como ponto de conexão principal para seus voos. Ele é parte de uma estratégia conhecida como hub-and-spoke, onde voos de diversas origens convergem para um único aeroporto, e de lá são redistribuídos para outros destinos.

hub-and-poke uma estratégia de malha aérea
hub-and-poke uma estratégia de malha aérea


Ele permite que as rotas se concentrem em um lugar central. É através do hub-and-spoke que as viagens ficam mais diretas e rápidas.

A IMPORTÂNCIA DOS HUBs

Os hubs melhoram muito a eficiência e a capacidade de uma companhia transportar passageiros e conectá-los a outros destinos. Ao centralizar o movimento dos passageiros em um aeroporto específico, as companhias aéreas economizam recursos e reduzem custos.

Reduzindo custos contribui para que a companhia aérea seja sustentável e sobreviva em um mercado com margens apertadas como é o da aviação comercial.

O modelo hub and spoke também ajuda a criar novas rotas, expandindo a malha aérea e melhorando as conexões com outros voos.

HISTÓRIA DOS HUBs NAS COMPANHIAS AÉREAS

Já vimos a importância de um HUB, agora vamos entender sua importância. O hub é um aeroporto central pelo qual os voos são direcionados, e os spokes são as rotas que os aviões seguem a partir deste aeroporto central.

A maioria das grandes companhias aéreas possui vários hubs, e com esses hubs elas conseguem oferecer mais opções de voos a seus passageiros. Podemos dar um exemplo do aeroporto de Brasília ( BSB ), onde chegam diversos voos e após algum tempo partem diversos voos para destinos diversos.

O sistema hub-and-spoke tornou-se o padrão para a maioria das grandes companhias aéreas comerciais após a desregulamentação do setor nos Estados Unidos, em 1978. Antes disso, as rotas eram diretas, ou seja ponto-a-ponto.

As companhias aéreas comerciais eram obrigadas pelo governo a voar diretamente entre mercados menores. Isso resultava em muitas aeronaves decolando com baixa ocupação, causando prejuízos às companhias aéreas, afinal o assento vazio é um produto perecível, uma vez no ar não é mais possível ocupá-lo.

Hoje, a maioria das companhias aéreas possui pelo menos um aeroporto central por onde seus voos passam. A partir desse aeroporto, outros voos levam os passageiros para destinos diferentes.

Delta Airlines foi a primeira aérea a adotar o hub-and-spoke em sua malha aérea
Delta Airlines foi a primeira aérea a adotar o hub-and-spoke

Um bom exemplo de um sistema hub-and-spoke é o da Delta Airlines, que inclusive foi a pioneira em empregar o sistema em sua malha, que tem seu hub principal no Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson Atlanta.

O SISTEMA HUB AND SPOKE NA PRÁTICA


Suponha que você esteja em Rio Verde, interior do estado de Goiás, e queira ir para Manaus. Provavelmente, não há demanda por um voo direto de Rio Verde para Manaus, então a companhia aérea o leva de Rio Verde para Guarulhos, em São Paulo, e de Guarulhos para Manaus em um voo de conexão.

O objetivo do sistema hub-and-spoke é economizar dinheiro para as companhias aéreas e oferecer melhores rotas aos passageiros. Os aviões são os ativos mais valiosos de uma companhia aérea, e cada voo possui custos fixos altissimos.

Cada assento em um avião representa uma parcela do custo total do voo. Para cada assento ocupado por um passageiro, a companhia aérea consegue diluir esse custo e se aproximar do seu ponto de equilíbrio.

Então operar rotas em que sobre muitos assentos com frequência não é saudável para a companhia aérea.

Nem todas as companhias aéreas utilizam o modelo hub-and-spoke. Por exemplo, a Southwest Airlines é uma das exceções a esse sistema. Ela utiliza o sistema ponto-a-ponto tradicional, transportando passageiros em distâncias curtas com poucas conexões.

No entanto, a Southwest oferece poucos voos diretos em rotas mais longas. No final de 2000, a Southwest atendia aproximadamente 306 pares de cidades em voos diretos de mão única. Seu sistema ponto-a-ponto oferece uma rota mais direta do que uma companhia aérea hub-and-spoke consegue oferecer.

É através desse sistema que a companhia ajusta sua malha aérea. Veja o vídeo.

Hub – and – Spoke, como isso funciona ?

COMO O HUB FUNCIONA EM UMA COMPANHIA AÉREA ?

Um hub de companhia aérea comercial é uma complexa rede de gestão focada totalmente na eficiência operacional. O objetivo principal é o de coordenação eficiente e eficaz dos voos, escalas e conexões, otimizando assim todos os recursos de uma companhia aérea e reduzindo seus custos. A seguir, desdobramos a operação interna e a coordenação de voos dentro de um hub.

OPERAÇÃO INTERNA

A operação interna de um hub é um processo dinâmico. Ela começa quando a aeronave pousa e termina quando ela novamente decola para o próximo destino. Neste processo, é necessário uma alocação eficiente da posição de parada das aeronaves para que as conexões possam ser honradas e as bagagens possam ser transferidas de uma aeronave para outra.

Ao minimizar o tempo de espera em solo a companhia aérea consegue cumprir um turnaround mínimo e colocar a aeronave em voo novamente. Afinal, avião parado representa um custo fixo não otimizado!

O funcionamento de um HUB em uma companhia aérea comercial é como o funcionamento de várias engrenagens. Cada uma com sua função e importância.
Um Hub funciona como uma engrenagem

TURNAROUND

O turnaround refere-se ao processo de preparar uma aeronave para seu próximo voo após um pouso. Esse processo envolve uma série de atividades coordenadas para minimizar o tempo que a aeronave permanece no solo, garantindo eficiência e cumprimento sua malha aérea. O processo de turnaround normalmente inclui os seguintes passos:

Desembarque dos Passageiros:

      Os passageiros desembarcam da aeronave por meio de uma ponte de embarque, ou escadas posicionadas nas portas da aeronave.

      Limpeza da Cabine:

        A cabine é limpa, incluindo bolsos dos assentos, bandejas e corredores, toaletes, galley e cockpit.

        Catering e Reabastecimento de Suprimentos:

          Novas refeições, lanches e bebidas são carregados na aeronave. Os tanques de resíduos dos lavatórios são esvaziados e os tanques de água potável são reabastecidos.

            Abastecimento de Combustível:

              A aeronave é reabastecida com a quantidade necessária de combustível para o próximo voo.

              Manuseio de Carga e Bagagem:

                As bagagens do voo anterior são descarregadas e as bagagens para o próximo voo são carregadas. Toda carga para conexão é separada e gerenciada durante essa etapa.

                Verificações e Manutenção da Aeronave:

                  Uma inspeção visual da aeronave é realizada pelo piloto e pelo mecânico e quaisquer requisitos de manutenção são solucionados.

                  Embarque de Passageiros:

                    O próximo grupo de passageiros embarca, com verificação dos cartões de embarque e assentos.

                    Troca e Preparação da Tripulação:

                      Se necessário, membros da tripulação são substituídos, e a tripulação técnica realiza verificações pré-voo, incluindo briefing, análise de condições meteorológicas, verificação técnica da aeronave e dos aeroportos envolvidos e configuração do cockpit para decolagem.

                      Liberação para Pushback:

                      A equipe de solo prepara a aeronave para a partida, garantindo que todos os equipamentos externos sejam removidos e coordenando com a tripulação técnica para o pushback.

                        Importância de Turnarounds Eficientes:

                        • Eficiência Operacional: Reduz atrasos e otimiza a utilização da aeronave.
                        • Gestão de Custos: Minimiza taxas aeroportuárias e reduz o tempo de inatividade da aeronave e da tripulação.
                        • Satisfação dos Clientes: Mantém os voos dentro do cronograma, proporcionando uma experiência fluida aos passageiros.
                        • Conformidade Regulamentar: Garante que todos os procedimentos de segurança e operacionais sejam seguidos antes da partida.

                        A velocidade e a precisão de um turnaround são extremamente importantes para as companhias aéreas, onde os horários de chegada, de saída e turnarounds rápidos são essenciais para um modelo de negócio sustentável e saudável.

                        COORDENAÇÃO DE VOOS

                        A coordenação de voos dentro de um hub é crucial para manter uma rede de voos robusta e pontual. Este processo inclui assegurar que todas as chegadas e partidas sejam bem sincronizadas. O gerenciamento adequado das escalas e conexões permite uma transição suave para os passageiros, reduzindo ao mínimo possíveis atrasos.

                        Além disso, a coordenação cuidadosa de voos contribui significativamente para a eficiência operacional. Isso permite que as companhias aéreas operem de forma mais econômica e bem-sucedida.

                        AspectosOperação InternaCoordenação de Voos
                        Principal FocoManutenção e gestão de portõesSincronização de chegadas e partidas
                        BenefíciosRedução de tempos de esperaMinimização de atrasos
                        DesafiosAlocação eficiente de recursosGerenciamento de escalas e conexões

                        PRINCIPAIS HUBs DE COMPANHIAS AÉREAS NO MUNDO

                        Os hubs das companhias aéreas são muito importantes. Eles ajudam a conectar o mundo e tornam as viagens mais eficientes. Vamos ver alguns dos principais aeroportos em várias partes do mundo.

                        Hubs na América do Norte

                        Na América do Norte, o Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson em Atlanta ( ATL ) e o Aeroporto Internacional de Los Angeles ( LAX ) são muito importantes. Eles ligam muitos destinos internacionais. Isso ajuda a conectar a região de forma eficaz.

                        Hubs na Europa

                        Na Europa, o Aeroporto de Heathrow em Londres ( LHR ) e o Aeroporto de Frankfurt ( FRA ) são essenciais. Eles são centros para voos internacionais. Sua infraestrutura e localização fazem deles aeroportos-chave na Europa.

                        Hubs na Ásia

                        Na Ásia, o Aeroporto Internacional de Hong Kong ( HKG e o Aeroporto Internacional de Singapura-Changi ( SIN ) são exemplos. Eles têm muitas rotas internacionais. Isso fortalece a conexão global, sendo pontos-chave para viagens entre continentes.

                        Hubs na América do Sul

                        No Brasil temos o Aeroporto de Guarulhos ( GRU ) e Congonhas ( CGH ) em São Paulo, Brasília ( BSB ), Recife ( REC ), Campinas ( VCP ), Rio de Janeiro ( GIG ) são exemplos de somente alguns. Panamá City (

                        FAQ

                        O que é um hub de companhia aérea?

                        Um hub de companhia aérea é um aeroporto central. Lá, as companhias aéreas concentram seus voos. Isso ajuda a conectar passageiros a várias rotas.

                        Qual a importância dos hubs para as companhias aéreas?

                        Os hubs são essenciais para as companhias aéreas. Eles ajudam a otimizar voos e melhoram a experiência dos passageiros. Além disso, facilitam a gestão de escalas e conexões.

                        Como os hubs impactam a experiência de viagem do passageiro?

                        Hubs bem gerenciados tornam a viagem mais tranquila. Reduzem o tempo de espera e melhoram a conectividade entre voos. Os aeroportos também oferecem serviços melhores.

                        Qual é a história dos hubs nas companhias aéreas?

                        A história dos hubs começou com a aviação comercial. Evoluíram do sistema ponto a ponto para o hub and spoke. Isso mudou a estratégia das companhias aéreas.

                        Como funciona a operação interna de um hub?

                        A operação interna de um hub exige coordenação de voos e gestão de escalas. Tudo isso visa otimizar a movimentação de passageiros e aeronaves.

                        Quais são as vantagens de um hub para as companhias aéreas?

                        Os hubs ajudam as companhias a otimizar recursos e a melhorar a gestão de horários. Reduzem custos e aumentam lucros, oferecendo vantagens econômicas e logísticas.

                        Quais são os principais hubs de companhias aéreas no mundo?

                        Os principais hubs estão na América do Norte, Europa e Ásia. Hartsfield-Jackson Atlanta, Heathrow em Londres e Changi em Singapura são exemplos. Eles se destacam pela conectividade global.

                        Quais fatores influenciam a escolha de um hub?

                        A escolha de um hub depende de vários fatores. Localização geográfica, infraestrutura, capacidade aeroportuária e acessibilidade são importantes. Cada um ajuda a definir um posicionamento estratégico eficaz.